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110 - MAIO / JUNHO 07
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Ponto de Vista

Holocausto


Quando há um ano os combatentes libaneses expulsaram o invasor e o Hamas deu à Fatah participação no governo, evitando a guerra civil iminente, sabia-se que a resposta do agressor era só uma questão de tempo. Ela aí está: o exército libanês ataca um campo de refugiados palestinianos, para desalojar “terroristas ligados à al Qaida”; Israel retoma os ataques aéreos contra Gaza; a Fatah, agora paga e armada por Washington, retoma as provocações contra o governo do Hamas. Objectivo: instalar um dócil governo fantoche que ajude a “resolver” a questão palestiniana. (...)

Greve geral a meio gás


A greve geral de 30 de Maio, protesto justificado do mundo do trabalho contra a escalada de ataques lançados pelo governo, coroamento necessário de uma sucessão de grandes manifestações, não foi contudo a “histórica jornada de luta” de que fala o
Avante. Não teve o poder suficiente para travar a ofensiva do capital.
A burguesia, naturalmente, tenta fazer crer, em coro, que a greve foi um fracasso. Mas é um facto que nem todos os objectivos da greve foram alcançados, longe disso. (...)

“Reactivar o movimento sindical a partir das comissões de trabalhadores”

Entrevista com Altamiro Dias*


* Altamiro Dias, de 51 anos, foi dirigente do Sindicato do Papel e Gráficos e membro da CT da sua empresa. É activista sindical.

O teu balanço da greve geral?
Não tenho uma informação global mas ficou aquém do que se esperava. Houve boa adesão na função pública e nalgumas grandes empresas onde a organização sindical está implantada, como a Telecom, CTT, Metro, Transtejo. Na CP falhou devido à não adesão do Sindicato dos Maquinistas. No testo, foi fraca porque não há estrutura sindical para dar o empurrão. (...)

“Já chega de 25 de Abril voltado para o passado”

Entrevista


Qual a vossa intenção ao arrancar com uma manifestação própria na Praça da Figueira?
Quisemos realizar uma acção anti-autoritária, antifascista e anticapitalista, que se demarcasse da parada que desceu a Av. da Liberdade a lançar palavras de ordem com mais de 30 anos. Uma manifestação mais combativa e radical, mais voltada para o presente do que para o passado. Uma resposta ao crescimento da agitação e provocação fascista dos últimos tempos, bem como ao aumento do desemprego e da precariedade social. (...)

Marinha Grande

“Globalização” cá dentro

Licínio Sousa


Na fábrica de limas Tomé Feteira, na Vieira de Leiria, tentei falar com um operário mas o medo das represálias é tão grande que ninguém quer dar a cara. Esta fábrica, que à data do 25 de Abril de 1974 tinha cerca de mil trabalhadores, hoje está reduzida a 50. Passou para a posse de um austríaco, que comprou a empresa pelo valor das dívidas e foi para lá viver com a família. Os operários que ficaram trabalham por turnos e fazem horas extraordinárias para assegurar a produção. A troco de lhes ir pagando em prestações os salários e subsídios em atraso, o novo patrão trata-os como uma espécie de criados de quinta, obrigados a fazer todos os serviços, até estábulos para os cavalos. (...)

Tiro ao Alvo

Terror: imaginário e verdadeiro

Francisco Martins


- O SIS alerta que Portugal está a servir de “porta de entrada” para “radicais islâmicos” a caminho da Europa. Entre as actividades des­tes grupos re­gistadas pelo SIS destacam-se a “distribuição de pan­fle­tos escritos em árabe ou a convocação de ma­nifestações anti-ame­rica­nas”. E aqui está como as ma­nifestações contra a guerra imperialista passam à categoria de “actividade terrorista”.

- Rui Pereira sucede a António Costa na chefia do Mi­nistério da Admi­nis­­tração Interna. Foi boa a escolha de Só­crates: quem melhor do que o ex-chefe do SIS para pôr a máquina da bufaria em acção? (...)

A nova Guerra Fria


Rodeada de um enorme aparato policial con­tra os protestos dos movimentos pacifistas, a ci­meira do G8 em Rostock pareceu mar­car um compasso de espera na agreste disputa entre a Rússia e a parceria EUA-UE, disputa que já tinha azedado o encontro UE-Rússia, em Maio. As cau­sas invocadas para o diferen­do vão des­de os fornecimentos de petróleo e de gás ao comér­cio com a Polónia, aos in­cidentes com a Estónia, e às vio­lações dos di­reitos humanos na Rússia, condimento infa­lível quando se quer ganhar a simpatia da opi­nião pública. (...)

Darfur

Sudão na agenda do imperialismo EUA

Manuel Raposo


O conflito no Darfur é dado como um exemplo de “genocídio”, de base ra­cial, étnica e religiosa em que os carrascos seriam os “árabes muçulmanos radicais” detentores do poder em Cartum. A ver­dade é bem diferente.
O que se passa no Darfur é uma guer­ra civil em que forças da região reclamam uma partilha do poder político e econó­mico no Sudão. Na continuidade e a exem­plo, aliás, da guerra travada no sul do país entre 1983 e 2005 (depois da des­coberta de grandes jazidas de petróleo em 1979), terminada com acordos de par­tilha do poder político e do petróleo. (...)

O que é o Estado de Israel e porque deve ser destruído?

Alejandro Iturbe e Josef Weil


O receio de incorrer na acusação de “anti-semitismo” deu lugar, mesmo entre os defensores dos direitos do povo palestiniano, a uma prudente discrição quanto às realidades de Israel. Reproduzimos um artigo esclarecedor.

A lenda sionista conta que, na sua criação, o Estado de Israel foi mais uma das nações que conseguiram a indepen­dência política no segundo pós-guerra, com rebeliões ou guer­ras de libertação nacional contra os seus colonizadores imperialistas, como foi o caso da Índia, Indonésia, Argélia, Vietname e outros países. (...)

“Aprender a lidar com os reformistas”

Francisco Martins


Apreciei a frontalidade com que M. Faria desenvolve os seus argumentos a favor do apoio eleitoral ao PCP e BE mas discordo de quase tudo o que escreve.
Ele acha que deveríamos apelar ao voto nos candidatos do PCP e do BE para permitir que fossem para o governo em coligação com o PS. Desse modo, ou trairiam as suas pro­messas eleitorais, o que ajudaria os trabalhadores a perder ilusões e a deslocar-se para a esquerda, para o nosso campo, ou revelar-se-iam como revolucionários sinceros e aí a revo­lução iria de vento em popa. (...)

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